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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Timão passeia no Beira-Rio, e Fiel explode de alegria no Parque São Jorge

Foram exatos 20 minutos de apreensão. Que logo se transformaram em êxtase total. Com um gol do baixinho Jorge Henrique, de cabeça, a Fiel torcida corintiana, que compareceu em grande número ao Parque São Jorge, começou a comemorar o tricampeonato da Copa do Brasil bem antes do juiz Ricardo Ribeiro apitar o fim da partida que terminou empatada por 2 a 2 no Beira-Rio.
É bem verdade que o começo não foi nada fácil. O Timão, nos primeiros minutos, deu a falsa impressão de que sentiu o clima da partida e não saiu para o jogo como normalmente faz. O Inter, embora não tenha levado perigo ao gol defendido por Felipe, manteve o controle da posse de bola, o que assustou muita gente que estava assistindo a partida em um telão montado nas quadras poliesportivas do clube, localizado na zona leste da Capital paulista.
Mas logo o pior passou. O time de Mano Menezes se recompôs em campo, passou a valorizar a posse da bola e soube tirar proveito do nervosismo dos jogadores do Internacional. E, aos 20min, quando Jorge Henrique subiu sozinho e mandou para as redes de Lauro, o Parque São Jorge explodiu de alegria. E o grito ecoou no meio da galera.
- Tricampeão, tricampeão, tricampeão.
Mas a alegria corintiana ainda estava só começando. Isso porque oito minutos depois, o lateral-esquerdo André Santos, em estado de graça após o título conquistado com a seleção brasileira na Copa das Confederações, marcou um belo gol e, ainda na primeira etapa, praticamente sacramentou o título do Timão. A essa altura, o Internacional precisava de

Não havia mais motivo para apreensão. Aos 33min, a torcida comemorou como se fosse o terceiro gol quando Nilmar ficou cara a cara com Felipe e chutou no ängulo do goleiro corintiano, que voou e fez uma grande defesa. Todos aplaudiram. E gritaram. - É o melhor goleiro do Brasil, Felipe!!!

Logo depois, Ronaldo teve uma chance de ouro para marcar o terceiro, mas exagerou no preciosismo na hora da finalização. Mas ninguém xingou. Pelo contrário, era o Fenômeno. Ele pode errar.

MEMÓRIA E.C.: Timão ganha tri e abre vantagem em duelo local.

No intervalo, o samba voltou a rolar solto no Parque São Jorge. Com o jogo praticamente definido, o assunto nas rodinhas era qual seria o placar final.

- Vamos ganhar de 4 a 0. Ainda faltam os gols do Ronaldo - afirmou o estudante Rubens Salvieti, de 23 anos, que estava acompanhado de três amigos.

Quando a bola rolou, começou a contagem regressiva para a festa rolar de verdade. A cada minuto que passava, muitos aplaudiam. Aos 12min, quase saiu novamente o grito de gol, em jogada de Dentinho, que obrigou boa defesa do goleiro Lauro, do time colorado. Quando Alecsandro, aos 25min, diminuiu a vantagem corintiana, a Fiel imediatamente respondeu.

- Timão, Timão, Timão.

Quatro minutos depois, o mesmo Alecsandro marcou o segundo gol colorado. E, quando houve a confusão generalizada em campo, a galera alvinegra novamente fez sua parte.

- É campeão, é campeão, é campeão.

Nos minutos finais,a torcida presente passou a gritar um a um o nome dos heróis da história conquista alvinegra. Três tiveram seus nomes cantados com mais força: Felipe, Ronaldo e o técnico Mano Menezes. E o discurso, que era de campeão, já tinha um novo alvo: a Taça Libertadores da América de 2010. O Timão, no ano em que vai completar 100 anos de vida, vai ter a chance de conquistar o seu primeiro caneco sul-americano.

- Com Ronaldo em campo, não vai ter para ninguém. Pode vir Boca, São Paulo, Nacional, quem quiser. O caneco será nosso e ninguém tira. Pode escrever: vamos ganhar o título em cima do São Paulo - concluiu o autônomo Pedro Elias Stout, de 38 anos, que levou os três filhos ao Parque São Jorge.

Partida encerrada. E uma sensacional queima de fogos surge no Parque São Jorge. Ela chega para brindar o Timão, novo dono do futebol brasileiro e que, em 2010, vai tentar mandar na América.

Corinthians CAMPEÃO!!!

O Coringão voltou. Só que dessa vez é para a Libertadores, principal obsessão do clube alvinegro. Um ano e sete meses depois de viver o pior capítulo de sua história com o rebaixamento para a Série B, o Corinthians novamente manda no país. Após ser campeão paulista invicto, a equipe desbancou o temido Internacional, empatou por 2 a 2 no Beira-Rio, nesta quarta-feira, e conquistou o tricampeonato da Copa do Brasil (já havia ganhado em 1995 e 2002). E mais: assim como Flamengo, o clube paulista tem agora sete títulos nacionais, contando os Brasileiros. O sucesso desse Timão é incontestável. Assista aos melhores momentos no vídeo ao lado.

A situação alvinegra para esta noite era confortável, afinal havia vencido a partida de ida, no Pacaembu, por 2 a 0. Mas a experiência negativa do vice-campeonato da edição passada para o Sport, depois de uma vitória por 3 a 1 em São Paulo, fez os alvinegros manterem a cautela. Só que essa equipe montada por Mano Menezes é mais segura e talentosa do que a de 2008. E conta com uma peça muito importante, que nenhum outro clube brasileiro tem parecido: o poder de decisão de Ronaldo.

É verdade que o Internacional também tem talentos ímpares, como Nilmar e D’Alessandro. Fato que valoriza ainda mais a conquista alvinegra. Só que o Fenômeno, além de ser um craque, tem estrela. Chegou ao Corinthians em dezembro do ano passado. Contestado por sua forma física, ele se recuperou e foi fundamental no Paulistão, assim como na Copa do Brasil. Seja com gols ou passes. Aliás, foi dando a assistência para o gol de André Santos esta noite que o camisa 9 brilhou.

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Mas tem outro corintiano com uma estrela tão grande quanto a de Ronaldo: Mano Menezes. Quinto colocado no Estadual, vice-campeão da Copa do Brasil e campeão da Série B em 2008, ele iniciou esta temporada levando o Paulistão e agora a Copa do Brasil, com boas possibilidades também de completar a tríplice coroa com o Brasileirão (é o sexto colocado, com 11 pontos, seis a menos que o líder Atlético-MG). Melhor ainda: provavelmente será o técnico do Timão na Libertadores, no ano do centenário.

Por falar em centenário, este ano o Internacional comemorou o seu. Até aqui, conquistou apenas o caneco do Campeonato Gaúcho. Pouco para um time que encantou o Brasil com seu bom futebol e investiu em grandes jogadores. Por isso, o Brasileirão agora começa a ser encarado como obrigação. Não só pela direção, comissão técnica e jogadores, mas principalmente pelos torcedores, que gostaram da tentativa de reação nesta noite. De qualquer jeito, o técnico Tite deve encarar um período de pressão a partir de agora.

O clima de final tomou conta do Beira-Rio logo cedo. No fim da tarde desta quarta-feira, os torcedores colorados começaram intensa movimentação nos arredores do estádio. Mais tarde, dentro dele, a festa de sempre: músicas, hino do Rio Grande do Sul, sinalizadores... Tudo armado para incentivar o Internacional na sua dura missão. Em minoria, a torcida do Corinthians teve de ficar concentrada no Parque Marinha do Brasil, de onde foi escoltada até o local do jogo e levada por um caminho de tapumes pretos para não ter sequer contato visual com os colorados. A tática deu certo. Só que dentro de campo, as coisas só dariam certo para um time. E ele tinha sotaque paulista. Com a bola rolando, logo o clima esquentou. Já aos 3 minutos, o árbitro Ricardo Marques Ribeiro mostrou o primeiro cartão amarelo. Foi para André Santos, que fez falta dura no argentino D’Alessandro. A resposta colorada veio na mesma moeda. Índio acertou o atacante Ronaldo. Advertência também para o zagueiro.

Passada a tensão inicial, o Internacional tentou imprimir um ritmo de jogo forte atrás dos três gols que precisava para ser campeão. Mas o Corinthians entrou em campo bem armado. Frio e calculista, o Timão logo esfriou o ímpeto vermelho. Tanto que o primeiro chute a gol foi dos visitantes. Aos 8 minutos, André Santos mandou longe.

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Em três lances seguidos, o Colorado chegou até a assustar um pouco. Primeiro aos 10 minutos, em chute de Taison, de fora da área. Sem perigo para Felipe. Depois, aos 11, quando D’Alessandro lançou Bolívar na direita, e o lateral se chocou com William pedindo pênalti. E por fim aos 12, em chute rasteiro do meia argentino.

Seguro, o Corinthians começou então a aumentar sua soberania nesta final. Aos 15 minutos, Jorge Henrique apareceu sozinho na grande área, ajeitou a bola, girou e chutou rasteiro para o fundo do gol de Lauro. No entanto, a arbitragem já marcara impedimento. Mas acabou que não fez falta alguma essa chance perdida. Quando o cronômetro marcava 19 minutos, o Timão praticamente acabou com as chances do Inter. Após cruzamento de André Santos, Jorge Henrique desviou de cabeça e abriu o placar. Na comemoração, homenagem ao cantor Michael Jackson, que morreu semana passada: a famosa dança “moonwalk”.

Calada, a torcida do Inter ficou sem reação. Mal sabia ela que a situação ficaria ainda pior. Aos 28 minutos, Ronaldo, apagado até então, deu belo passe para André Santos. O lateral entrou na área pela esquerda e chutou forte, marcando um golaço: 2 a 0. A partir daí, o Colorado teria de marcar cinco gols para ser campeão.

MEMÓRIA E.C.: Timão ganha tri e abre vantagem em duelo local.

A torcida colorada até tentou seguir apoiando. Jogou mais do que o time. Mesmo atrapalhado, o Inter alcançou o gol. Em cruzamento da direita, a zaga alvinegra comeu mosca e deixou a bola com Alecsandro, que conseguiu desviar para o fundo do gol: 2 a 1. Eram 25 minutos do segundo tempo. Muito tarde para uma reação efetiva. Mas, naquele momento, o Inter parecia jogar pela honra. E buscou o empate aos 29. Foi novamente em um cruzamento da direita, novamente em conclusão de Alecsandro. A bola bateu na trave direita de Felipe antes de entrar.

Foi aí que a rivalidade entre Inter e Corinthians explodiu. Cristian, antes de ser substituído, caiu no chão para matar tempo. Os jogadores do Inter ficaram revoltados. D’Alessandro perdeu a cabeça e tentou comprar briga com os adversários. Foi expulso e partiu para cima de William, que foi inteligente para evitar uma confusão maior. Quase nasceu ali uma briga generalizada. Os jogadores trocaram empurrões. Cristian e Kleber se desentenderam também. D’Alessandro, na saída de campo, foi aplaudido pela torcida, mesmo tendo prejudicado o time em um momento que poderia ser de reação ainda mais bonita. Os dois treinadores também foram expulsos.

Passada a confusão, o Inter quase fez o terceiro gol com Andrezinho. O Corinthians, sem Elias, expulso por lance de falta, conseguiu segurar a onda vermelha para não perder o jogo do título. Atrás de um dos gols, a torcida alvinegra fez a festa, cantando ser um bando de louco. Um bando de loucos fiéis e agora tricampeões da Copa do Brasil.

FICHA TÉCNICA

INTERNACIONAL 2 x 2 CORINTHIANS
Lauro; Bolívar (Danilo Silva), Índio, Danny e Kleber; Glaydson (Alecsandro), Magrão, Guiñazu e D'Alessandro; Taison (Andrezinho) e Nilmar.
Felipe; Alessandro, Chicão, William e André Santos (Diego); Cristian (Boquita), Elias e Douglas; Dentinho (Dentinho), Ronaldo e Jorge Henrique.
Técnico: Tite
Técnico: Mano Menezes
Gols: Jorge Henrique, aos 19, e André Santos, aos 28 minutos do primeiro tempo; Alecsandro, aos 25 e aos 29 minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Índio, Taison, D'Alessandro (I); André Santos, Elias, Jean, Douglas (C). Cartão vermelho: D'Alessandro (I). Elias (C).
Público: 50.286. Renda: R$ 754.460,00
Estádio: Beira-Rio, em Porto Alegre (RS). Data: 1/7/2009. Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa/MG). Auxiliares: Alessandro Álvaro Rocha de Matos (Fifa/BA) e Roberto Braatz (Fifa/PR).

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